Vitamina E mostra benefícios comprovados, mas exige cautela na suplementação

A vitamina E, especialmente na forma alfa-tocoferol, atua como antioxidante essencial para o bom funcionamento do organismo. Embora esteja presente em diversos alimentos, o recurso a suplementos continua comum. Os dados científicos disponíveis indicam vantagens concretas, mas também alertam para possíveis riscos quando ingerida em excesso.
Fontes alimentares e dose diária recomendada
Para adultos, a ingestão diária recomendada situa-se nos 15 mg. Essa quantidade pode ser alcançada com pequenas porções de alimentos como amêndoas torradas (7,3 mg por 28 g), sementes de girassol (7,4 mg), espinafres, espargos, abacate, pimento vermelho, tomate, avelãs, kiwi ou manga. Óleos vegetais, frutos secos e sementes permanecem as principais fontes naturais.
Benefícios sustentados por estudos
A investigação atribui três vantagens principais ao consumo adequado de vitamina E:
Pressão arterial. Alguns ensaios indicam redução da hipertensão ligeira após suplementação controlada, embora o efeito seja menos significativo em casos severos.
Proteção celular. A ação antioxidante combate radicais livres, associando-se a menor risco de doenças cardiovasculares, inflamações cutâneas e danos provocados pela radiação UV. Num acompanhamento de 10 anos a 40 000 mulheres saudáveis, a suplementação traduziu-se numa queda de 24 % na mortalidade por eventos cardíacos.
Sintomas de TPM. A combinação das vitaminas E e D mostrou diminuir cólicas, ansiedade e desejos alimentares em até 90 % das mulheres em idade reprodutiva.

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Riscos de doses elevadas
Por ser lipossolúvel, a vitamina E acumula-se no fígado e no tecido adiposo até seis meses. Quantidades superiores às necessidades podem provocar visão turva, fadiga, náuseas, erupções cutâneas ou cólicas.
Algumas condições merecem atenção especial:
- Próstata: um ensaio com 35 533 homens saudáveis apontou aumento significativo do risco de cancro prostático após suplementação prolongada.
- Doença cardíaca: doses altas poderão agravar problemas existentes e elevar a probabilidade de enfarte ou AVC.
- Hemorragias: valores excessivos interferem na coagulação, aumentando a hipótese de AVC hemorrágico.
- Diabetes: a evidência atual desaconselha suplementos para quem vive com a doença.
Interações medicamentosas e recomendações
A vitamina E pode reduzir a eficácia de anticoagulantes, estatinas, niacina, vitamina K ou alguns quimioterápicos. Antes de recorrer a comprimidos, é aconselhável consultar um profissional de saúde.
Como a maior parte das necessidades diárias pode ser satisfeita pela alimentação, especialistas recomendam limitar suplementos a 15 mg ou menos por dia, apenas quando a dieta não garante a dose recomendada.