Replit triplica avaliação e aposta na IA para quem nunca programou

A Replit alcançou uma valorização de 3 mil milhões de dólares após fechar uma ronda de financiamento de 250 milhões de dólares liderada pela Prysm Capital. O reforço quase triplica o valor atribuído à empresa em 2023 e surge depois de uma subida inédita de receitas, de 2,8 milhões para 150 milhões de dólares anuais num único ano.

Do corte de pessoal ao lucro operacional

Fundada em 2016 pelo engenheiro palestino-jordano Amjad Masad, a plataforma passou anos sem ultrapassar os 3 milhões de dólares de receitas. Em 2023, a situação levou à redução de metade dos 130 trabalhadores. Com a estrutura enxuta e a aposta em inteligência artificial, a Replit inverteu a tendência e afirma hoje operar com margens positivas; nos contratos empresariais, estas rondam 80 % a 90 %.

IA muda público-alvo

O ponto de viragem foi o lançamento do Replit Agent, ferramenta que escreve, depura e implementa código de forma autónoma. Poucos meses depois, a empresa deixou de direcionar o produto a programadores profissionais para concentrar esforços em colaboradores sem formação técnica, o que Masad define como um “mercado totalmente novo”. Clientes como Zillow, Duolingo e Coinbase pagam 100 dólares por utilizador, acrescidos de custos de utilização.

Imagem: Internet

Concorrência das grandes fundações de IA

A plataforma mantém 110 trabalhadores e uma reserva de 350 milhões de dólares para acelerar desenvolvimento, aquisições e expansão. O principal risco identificado pela direção vem dos próprios fornecedores de modelos de IA, como OpenAI e Anthropic, que lançaram ferramentas de programação concorrentes. A Replit defende a sua vantagem na infraestrutura de implementação e gestão de bases de dados, além do foco em utilizadores não técnicos.