Novo relatório expõe divergências sobre como medir o envolvimento dos alunos

Um inquérito nacional da Discovery Education revela que, embora mais de 90 % dos docentes e dirigentes escolares considerem o envolvimento dos alunos decisivo para o sucesso académico, persiste falta de consenso sobre a melhor forma de o definir e avaliar.
Indicadores de envolvimento não são unânimes
O relatório “Education Insights 2025-2026: Fueling Learning Through Engagement” baseia-se nas respostas de 1 398 superintendentes, diretores, professores, pais e estudantes norte-americanos, recolhidas em maio de 2025 pela Hanover Research. Entre educadores, há concordância nos dois sinais mais citados de participação ativa: colocar questões pertinentes e intervir nos debates da turma.
Além destes, as perceções divergem. Enquanto 54 % dos superintendentes apontam o bom desempenho em avaliações como indicador de envolvimento, apenas 29 % dos professores partilham essa visão. Situação semelhante verifica-se no tempo extra dedicado ao estudo: pouco mais de metade dos superintendentes e diretores considera-o relevante, contra 22 % dos docentes.
Medição ainda sem abordagem comum
A disparidade prolonga-se nos métodos de acompanhamento. Quase todos os superintendentes (99 %) e 88 % dos diretores garantem que o seu distrito segue uma estratégia deliberada para medir envolvimento; só 60 % dos professores confirmam dispor do mesmo sistema. Um terço destes últimos identifica a inexistência de uma definição partilhada como principal entrave à avaliação eficaz.
Para Brian Shaw, presidente executivo da Discovery Education, o estudo demonstra a necessidade de “uma abordagem mais padronizada” que relacione envolvimento e desempenho académico. A empresa prevê apresentar propostas nesse sentido num seminário agendado para 8 de outubro.

Imagem: Rhea Kelly via thejournal.com
Expectativas distintas em relação à inteligência artificial
O inquérito avaliou igualmente o papel da inteligência artificial (IA) na aprendizagem. Dois terços dos estudantes acreditam que a IA pode acelerar o estudo, e 57 % dos professores já recorrem a estas ferramentas em tarefas escolares. Contudo, o entusiasmo não é uniforme: 94 % dos superintendentes e 83 % dos diretores mostram-se otimistas quanto ao potencial da IA no ensino, percentagem que desce para 53 % entre docentes.
Apesar da confiança, existe cautela inequívoca: a totalidade dos superintendentes frisa que a implementação de IA deverá ser cuidadosamente supervisionada para evitar efeitos adversos.