Regras rígidas garantem salas calmas, mas multiplicam suspensões de alunos com deficiência nos EUA

Índices
  1. Suspensões muito acima da média estatal
  2. Impacto nos estudantes com deficiência
  3. Famílias divididas sobre a disciplina

A rede charter Paramount Schools of Excellence, no estado norte-americano de Indiana, exibe corredores silenciosos e resultados académicos valorizados. Contudo, dados do ano letivo 2024-25 mostram que o ambiente disciplinado tem um custo elevado para estudantes com necessidades especiais.

Suspensões muito acima da média estatal

Uma análise a registos oficiais revela que, por cada 100 alunos com serviços de educação especial, a Paramount aplicou cerca de 73 suspensões. O valor triplica a média do estado, fixada em 22. Entre os alunos de ensino regular, a taxa também é superior: 45 suspensões por 100 estudantes, face às 10 verificadas em Indiana.

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O diretor-executivo da rede, Tommy Reddicks, justifica os números com um approach estruturado que, segundo afirma, protege a aprendizagem e a segurança. Reddicks acrescenta que a organização reduziu as suspensões de alunos com deficiência no último ano letivo, atribuindo a descida à formação de professores e à consolidação de novos campus.

Impacto nos estudantes com deficiência

Levent, 13 anos, diagnosticado com perturbação de hiperatividade e défice de atenção (PHDA), é um dos casos que ilustra o problema. Documentos escolares apontam diversas sanções, desde desrespeito a lutas no recinto. A mãe, Shania, considera que as punições ignoram o impacto da PHDA no comportamento e agravam o atraso académico do filho.

Especialistas em educação especial questionam a eficácia das suspensões. O professor Federico Waitoller, da Universidade de Illinois Chicago, sublinha que afastar o aluno da sala “não ensina alternativas de conduta nem fornece apoio”.

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Imagem: Internet

Famílias divididas sobre a disciplina

Nem todos os encarregados de educação contestam o modelo. Nicol, mãe de cinco alunos que frequentam ou frequentaram escolas Paramount, aprecia a ordem nas salas e aceita determinadas suspensões aplicadas ao filho Leon, de 12 anos e com autismo, quando há agressões envolvidas. Ainda assim, reconhece que nem todas as punições são necessárias.

Enquanto a rede defende a combinação de altos padrões e salas tranquilas, parte das famílias receia que perder dias de aula agrave lacunas de aprendizagem. O debate sobre a balança entre disciplina e inclusão permanece em aberto nas escolas charter de Indiana.

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