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Pix nasceu para cortar custos bancários e estimular concorrência, revela criador

O economista Carlos Brandt, apelidado de “pai do Pix”, revelou que o sistema de pagamentos instantâneos foi concebido para reduzir despesas nas transferências, facilitar a inclusão financeira e acelerar a digitalização dos serviços bancários no Brasil.

Origem e objectivos iniciais

Segundo Brandt, o Banco Central identificou “fricções” no sector, como custos elevados e ausência de um instrumento capaz de suportar melhor as transacções diárias. A solução surgiu em plena pandemia, com equipas internas a desenvolverem todo o projecto dentro da autoridade monetária.

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O desenho do Pix teve como guias a procura da população e a necessidade de fomentar competição entre bancos e fintechs. Brandt sublinha que o processo envolveu estudos de mercado e escuta activa: “Os utilizadores mostravam onde estavam os problemas, e isso definiu as prioridades”.

Desafios para tirar o sistema do papel

Convencer bancos e restantes actores do ecossistema financeiro foi um dos principais obstáculos. O Banco Central liderou o processo, assegurando prazos e requisitos técnicos. Brandt descreve uma “maratona” para articular governo, instituições financeiras e equipas de TI, mas conclui que o esforço resultou numa tecnologia “100% brasileira”.

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Imagem: uol.com.br

Impacto e expansão além-fronteiras

Desde o lançamento, o Pix atingiu 90 % da população adulta brasileira e transformou-se em referência global. Pagamentos já podem ser feitos através do sistema em países como Argentina, Chile e Portugal. O êxito chamou a atenção de outras nações, mas Brandt alerta que cada mercado exige soluções próprias: “Não há fórmula única; é preciso ouvir o público local”.

Para além das transferências instantâneas, o Banco Central explora sinergias com iniciativas como o open finance, o que permitiu criar funcionalidades adicionais, incluindo pagamentos por aproximação. Brandt, actualmente em missão no Fundo Monetário Internacional, afirma sentir falta de “Pix e churrasco” fora do país, mas reforça que o projecto continua a evoluir de acordo com as necessidades dos utilizadores.

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