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Estudo nacional revela que menos de 40% dos alunos valorizam o professor

Um inquérito aplicado pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com o Consed, Undime e Itaú Social auscultou mais de 2,3 milhões de estudantes dos 6.º aos 9.º anos e concluiu que a valorização do professor é inferior a 40% entre os participantes.

Dimensão e objectivos da pesquisa

O questionário foi realizado durante a “Semana da Escuta das Adolescências”, envolvendo 21 mil estabelecimentos de ensino públicos em todo o Brasil. O levantamento sustenta a elaboração da primeira política nacional dirigida aos anos finais do ensino fundamental, etapa que concentra alunos em transição da infância para a adolescência.

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Segundo a secretária de Educação Básica do MEC, Katia Schweickardt, ouvir os adolescentes permite ajustar currículo, formação docente e recursos escolares a uma realidade marcada por perfis diversos de aprendizagem.

Percepção sobre acolhimento e relações na escola

Entre os estudantes do 6.º e 7.º anos, 66 % afirmam sentir-se acolhidos pela escola; no 8.º e 9.º anos, o índice recua para 54 %. A confiança em pelo menos um adulto no ambiente escolar atinge 75 % nos mais novos e 58 % nos mais velhos. Em contextos de maior vulnerabilidade socioeconómica, 69 % veem a escola como espaço de acolhimento, contra 56 % em realidades menos vulneráveis.

No que se refere à socialização, 65 % dos alunos mais jovens consideram que a escola facilita amizades, percentagem que desce para 55 % entre os mais velhos. Apesar de 84 % dos inquiridos declararem ter amigos com quem gostam de estar, o respeito pelo professor apresenta números reduzidos: 39 % no 6.º e 7.º anos e apenas 26 % no 8.º e 9.º anos.

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Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br

Conteúdos considerados prioritários

As disciplinas tradicionais lideram a lista de temas essenciais para o desenvolvimento pessoal, citadas por 48 % dos alunos mais novos e por 38 % dos mais velhos. A categoria “corpo e socioemocional”, que inclui desporto, bem-estar e saúde mental, surge em segundo lugar (31 % e 29 %, respectivamente), seguida por competências para o futuro, como literacia financeira e tecnologia (21 % e 24 %). Direitos e sustentabilidade completam o ranking com 13 % em ambos os grupos.

Impulsos para políticas públicas

Os resultados serão utilizados pelo MEC na construção da “Escola das Adolescências”, iniciativa que pretende garantir currículo ajustado, formação específica de docentes e acções de permanência, evitando reprovação, evasão e abandono. Representantes da sociedade civil, como a pedagoga Tereza Perez, sublinham que reconhecer a heterogeneidade das turmas é decisivo para quebrar modelos de ensino que ainda tendem a homogeneizar aprendizagens.

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