Leverage Edu duplica receitas e avalia IPO após restrições de vistos

A plataforma indiana de ensino internacional Leverage Edu registou um avanço financeiro e operacional significativo num contexto de maior rigidez na emissão de vistos para estudantes. A empresa duplicou a faturação no último exercício, passou a lucrativa pela primeira vez e prepara-se para ampliar a presença global enquanto pondera uma oferta pública inicial.
Resposta rápida às barreiras de mobilidade académica
Nos últimos meses, mudanças nos regimes de vistos no Canadá, Austrália e Estados Unidos, bem como tensões diplomáticas, complicaram os planos de milhares de candidatos a universidades estrangeiras. A Leverage Edu respondeu desviando fluxos de estudantes para destinos como Alemanha, Itália, Nigéria ou Arábia Saudita e, simultaneamente, ajudou instituições canadenses a recrutar noutros mercados. O Reino Unido mantém-se como principal destino (52 % das colocações), seguido da Alemanha (22 %), enquanto o interesse pela América do Norte representa menos de 5 % devido às restrições recentes.
Receitas em alta e rentabilidade inédita
No ano fiscal de 2025, a empresa alcançou receitas superiores a 1,8 mil milhões de rupias (cerca de 20 milhões de dólares), duplicando o valor do período anterior. Entre abril e setembro de 2026 já somou mais de 2 mil milhões de rupias e projeta fechar o ano com 3,7-3,8 mil milhões (aprox. 45 milhões de dólares). O lucro após impostos situou-se entre 120 e 130 milhões de rupias e poderá superar 250 milhões até ao final do atual exercício.
A atividade principal — aconselhamento e colocação de estudantes — gera 75 % da faturação, com 55 % provenientes de comissões pagas pelas universidades e 20 % diretamente pelos alunos. Os restantes 25 % resultam de serviços complementares, incluindo empréstimos educativos, alojamento, remessas e apoio à carreira.

Imagem: Internet
Rede global em expansão e cenário de IPO
Fundada há oito anos em Noida, a Leverage Edu opera agora em 27 países através de mais de 50 escritórios e conta com cerca de 800 colaboradores. Nos últimos dois meses abriu operações na Arábia Saudita, Egipto, Vietname e Malásia, mercados emergentes com procura crescente por educação no exterior.
A empresa coloca actualmente mais de 10 000 estudantes por ano — 58 % dos quais oriundos da Índia — contra cerca de 1 500 há poucos anos. Com menos de 50 milhões de dólares captados em capital próprio, a direção admite avançar para a bolsa indiana assim que a faturação ultrapassar os 100 milhões de dólares, meta que prevê alcançar em 2026.
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