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Investigação em antienvelhecimento aponta caminhos para vidas até 150 anos

O envelhecimento continua a ser um processo biológico inevitável, mas a comunidade científica identifica vias que poderão prolongar significativamente a esperança de vida humana.

Danos celulares acumulam-se a cada dia

Segundo Björn Schumacher, investigador da Universidade de Colónia, cada célula sofre cerca de 100 000 danos diários no ADN. Nas primeiras décadas de vida o organismo repara grande parte dessas lesões; a partir dos 70 anos, a capacidade de correção diminui, favorecendo doenças cardiovasculares, neurodegenerativas e oncológicas.

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Terapias experimentais prometem ganhar décadas

Estudos em leveduras mostram que intervenções genéticas podem aumentar a longevidade em até 82%. Entre as estratégias em análise destacam-se:

  • Preservação dos telómeros, as estruturas que protegem as extremidades dos cromossomas;
  • Melhoria da função mitocondrial para reduzir inflamação e perda de desempenho celular;
  • Reprogramação de células adultas em células-estaminais capazes de regenerar tecidos.

Combinadas com medicina regenerativa e avanços em transplantes, estas abordagens apontam para vidas que poderiam atingir cerca de 150 anos, embora a aplicação em humanos permaneça em fase pré-clínica.

Intervenções já disponíveis retardam o relógio biológico

Medidas acessíveis continuam a ser o exercício físico regular e a restrição calórica moderada, consideradas pelas equipas de Schumacher as mais eficazes na redução do ritmo de envelhecimento. Fármacos como metformina e semaglutida estão igualmente a ser estudados pela sua possível ação antienvelhecimento, para além do controlo de diabetes ou obesidade.

Investigação em antienvelhecimento aponta caminhos para vidas até 150 anos - Imagem do artigo original

Imagem: uol.com.br

Regeneração de órgãos avança, mas ainda é complexa

Projetos de transplantação de órgãos completos ou parciais, produzidos a partir de células do próprio paciente, já se encontram em desenvolvimento. Ensaios em doentes com Parkinson testam a conversão de células da pele em neurónios destinados a substituir tecidos danificados no cérebro. Contudo, a necessidade de cirurgia invasiva e a supressão imunológica continuam a colocar desafios significativos.

Investimento privado e debate social

Empresas de biotecnologia, apoiadas por inteligência artificial, canalizam recursos substanciais para a chamada “biologia computacional”. Líderes políticos como Xi Jinping e Vladimir Putin chegaram a trocar impressões sobre a extensão da vida, ilustrando o interesse de sectores com grande capacidade financeira. Especialistas sublinham, porém, que a distribuição equitativa dessas tecnologias e as implicações éticas permanecem em aberto.

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