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Índia bloqueia 25 plataformas de streaming por conteúdo obsceno

O Ministério da Informação e Radiodifusão da Índia determinou esta semana o bloqueio de 25 serviços de streaming acusados de divulgar material considerado obsceno. A medida, baseada na Lei de Tecnologia da Informação de 2000 e nas Regras de TI de 2021, atinge aplicações e sites que somam milhões de utilizadores e assinantes pagos.

Ullu e ALTT entre os principais alvos

Entre as plataformas visadas encontram-se Ullu e ALTT, populares pelo catálogo de produções de teor adulto. Dados da Appfigures indicam que dez dos serviços bloqueados ofereciam compras integradas nas lojas Google Play e Apple App Store, registando 105 milhões de downloads e receitas acumuladas de 5,7 milhões de dólares desde o lançamento.

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O governo indiano notificou operadoras de internet e lojas de aplicações para removerem o acesso. Apesar da ordem, no momento da decisão algumas aplicações permaneciam ativas, sobretudo num modelo de distribuição de APK fora das lojas oficiais.

Impacto financeiro nas empresas

A Balaji Telefilms, proprietária da ALTT, revelou que a aplicação gerou 2,3 milhões de dólares em receitas em 2025, depois de adicionar 1,06 milhões de subscritores. O conteúdo foi visto durante 5,8 milhões de horas, totalizando 160 milhões de visualizações anuais. A app deixou de estar disponível nas lojas oficiais e o site encontra-se inacessível em grande parte das redes indianas.

A Ullu Digital, responsável pela Ullu, reportou um lucro líquido de 2,5 milhões de dólares no exercício fiscal de 2024, com receitas de 11 milhões e um património de 24 milhões. A aplicação continua listada na Play Store indiana, mas já não surge na App Store.

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Imagem: techcrunch.com

Crescente tráfego online e desafios de bloqueio

Segundo a SimilarWeb, Ullu registou 1,9 milhões de visitas globais em junho, crescendo 10 % face ao ano anterior, enquanto ALTT alcançou 776 400 visitas, um aumento de 130 %. Dentro da Índia, o tráfego anual subiu 18,9 % para Ullu e 157,8 % para ALTT.

Autoridades indianas têm intensificado o escrutínio sobre conteúdo adulto. Em 2023, o então ministro da tutela alertou as plataformas contra a disponibilização de material abusivo ou obsceno, e em abril de 2025 o Supremo Tribunal solicitou esclarecimentos ao governo e aos serviços de streaming sobre regulação de conteúdo sexual explícito.

Apesar das restrições, especialistas reconhecem que aplicações mais pequenas tendem a regressar com novos nomes e domínios, dificultando o bloqueio total por parte de fornecedores de internet, lojas de aplicações e motores de busca.

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