Governo dos EUA reforça presença nas startups enquanto ameaça de paralisação aumenta riscos

Washington, 1 de outubro – A ligação entre startups tecnológicas e o governo dos Estados Unidos tem-se intensificado, impulsionada pelo interesse oficial em inteligência artificial, automação, robótica, espaço e tecnologias climáticas com aplicação na defesa.
Governo torna-se cliente e investidor
Um número crescente de empresas emergentes tem o Estado como cliente direto ou depende de licenças e contratos ligados à Defesa. Quando a administração está plenamente operacional, estas parcerias representam uma fonte estável de receita e de capital; porém, a paralisia orçamental iniciada a 1 de outubro ameaça travar projectos e atrasar lançamentos em bolsa, segundo discutido pelos analistas Anthony Ha, Max Zeff e Kirsten Korosec no podcast «Equity».
Os apresentadores alertam que uma paralisação prolongada coloca hoje maiores riscos do que no passado, pois o ecossistema deixou de estar concentrado apenas no consumo digital e depende agora de sectores “deep tech” que exigem aprovação regulatória.
Participações acionistas através de garantias gratuitas
Paralelamente, o executivo norte-americano tem ampliado a sua influência direta nas empresas. Após acordos recentes com a Intel e a mineradora MP Materials, foi renegociado um empréstimo federal de 2,26 mil milhões de dólares concedido à canadiana Lithium Americas. A revisão conferiu ao Estado uma participação de 5% na empresa e outra de 5% numa joint-venture com a General Motors para extrair lítio no Nevada.

Imagem: Internet
As posições acionistas foram obtidas por meio de warrants sem custo, mecanismo que dá ao governo o direito de comprar ações a um preço pré-definido. Esta estratégia reflete um movimento mais amplo de aquisição de participações em sectores tecnológicos e industriais considerados estratégicos.
Impacto potencial no mercado
Caso o impasse orçamental persista, startups que dependem de contratos federais poderão enfrentar cortes de caixa e atrasos em processos de certificação. Ao mesmo tempo, a crescente intervenção do Estado, agora também como acionista, adiciona novas camadas de complexidade às relações entre empreendedores, investidores privados e o poder público.
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