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Google terá de partilhar dados de pesquisa e impulsiona rivais de IA

Um tribunal federal dos Estados Unidos determinou que a Google disponibilize parte do seu índice de pesquisa a empresas concorrentes, medida que poderá acelerar o desenvolvimento de novos motores de busca alimentados por inteligência artificial.

Decisão judicial reduz barreiras de entrada

A ordem, emitida pelo juiz distrital Amit Mehta, insere-se num processo antitrust e mantém intactas as principais fontes de receita da Google, como os acordos para ser o motor de busca predefinido em dispositivos Apple. No entanto, obriga a tecnológica a partilhar dados que até agora mantinha exclusivos, diminuindo o obstáculo técnico para quem pretenda criar serviços alternativos de pesquisa.

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Segundo o tribunal, a popularização de chatbots generativos — incluindo ChatGPT, Perplexity e Claude — alterou o contexto competitivo, já que milhões de utilizadores recorrem a estas ferramentas para obter informação que antes procuravam diretamente no motor de busca da Google.

Startups de IA reforçam investimento

Empresas como OpenAI, Perplexity e outras já captaram financiamento avultado para explorar esta oportunidade. A OpenAI integrou um serviço de pesquisa no ChatGPT e prepara-se para lançar um navegador próprio, enquanto a Perplexity negoceia a pré-instalação do seu browser em smartphones de vários fabricantes.

Especialistas recordam, contudo, que replicar a escala da Google continua a ser dispendioso. A construção de um índice comparável exige infraestruturas de elevada capacidade e custos “astronómicos”, de acordo com analistas do sector. Mesmo com acesso aos dados obrigatórios, estima-se que a adoção pelos consumidores seja gradual, oferecendo à Alphabet margem de manobra a curto prazo.

Gigantes tecnológicas de olho na pesquisa

A decisão também pode abrir caminho a movimentos de empresas estabelecidas. A Microsoft poderá reforçar o Bing, enquanto a Apple avalia formas de entrar diretamente no mercado de pesquisa, depois de atrasos nas suas iniciativas de IA para a Siri.

Durante o julgamento, o CEO da Alphabet, Sundar Pichai, expressou receio de que o acesso concedido permita engenharia inversa da tecnologia da empresa. Apesar disso, o tribunal considerou que o crescente investimento global em inteligência artificial justifica medidas que promovam maior concorrência no segmento da pesquisa online.

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