Fundo de Inovação da NATO renova equipa e reforça aposta em tecnologia dual-use

O Fundo de Inovação da NATO (NIF), que reúne mil milhões de dólares provenientes de 24 países aliados, anunciou uma remodelação profunda da sua equipa de investimento. A estrutura passa agora a contar com três sócios, dois dos quais recém-chegados, num modelo considerado definitivo para o futuro próximo.
Dois novos nomes, uma saída
Ulrich Quay, antigo vice-presidente responsável por investimentos corporativos na BMW e fundador da BMW i Ventures, junta-se ao NIF em Amesterdão. Ao seu lado estará Sander Verbrugge, doutorado em biofísica molecular, ex-sócio do fundo holandês Innovation Industries e com passagem pela NXP. O britânico Patrick Schneider-Sikorsky, único remanescente da equipa original, mantém-se em Londres.
A entrada destes executivos coincide com a saída de Kelly Chen, parceira fundadora que pretende criar um novo projecto empresarial. Chris O’Connor, também da equipa inicial, já abandonara o fundo no início do ano.
Objectivos mantêm-se apesar das mudanças
Segundo a direcção do NIF, a nova configuração não deverá sofrer alterações adicionais, afastando a hipótese de novas contratações a curto prazo. Apesar de vozes que defendem um ritmo de investimento mais acelerado, o fundo afirma estar dentro das metas definidas para 2025.
Desde a sua criação, o NIF concretizou 19 operações: sete em fundos de capital de risco, como a OTB Ventures, e 12 em startups, entre as quais a britânica Space Forge e a portuguesa Tekever, fabricante de drones de uso dual. Em paralelo, a equipa participou no desenvolvimento do plano Rapid Adoption Action Plan da NATO, destinado a agilizar a integração de novas tecnologias na defesa.

Imagem: techcrunch.com
Contexto de maior procura por tecnologias de defesa
O reforço da equipa surge num momento em que o investimento europeu em soluções de defesa, segurança e resiliência representa já 10 % do financiamento de capital de risco no continente. A liderança do fundo realça que a combinação de perfis industriais e científicos dos novos parceiros visa acelerar o apoio a fundadores de deep tech capazes de responder às necessidades dos aliados.
Com a reorganização concluída, o NIF planeia “acelerar processos, expandir apoio às empresas e impulsionar o ecossistema” para garantir que a Aliança Atlântica mantém vantagem tecnológica num cenário de gastos militares em alta.