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Fed segura cortes nas taxas e prestações da casa mantêm-se perto de 7%

A Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) deverá manter, esta quarta-feira, a atual taxa dos fundos federais, adiando o quinto corte de juros previsto para 2025. Analistas projetam que, mesmo sem alterações, as prestações dos créditos à habitação de taxa fixa a 30 anos continuarão entre 6,5 % e 7 % nos próximos meses, bem acima das médias históricas.

Decisão do Fed não surte efeito imediato nas hipotecas

O banco central norte-americano ajusta o custo de financiamento interbancário, mas as taxas hipotecárias reagem sobretudo às expectativas do mercado, não às decisões do próprio dia. Em 2024, por exemplo, três cortes do Fed não se traduziram em prestações mais baixas: o juro médio do empréstimo a 30 anos manteve-se em torno de 6,8 %.

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Segundo Kara Ng, economista sénior da Zillow, «os mercados antecipam movimentos futuros; as mudanças nas prestações podem ocorrer bem antes da ação oficial». Para já, um corte em julho é considerado improvável. Os investidores concentram-se em sinais de possíveis reduções em setembro. Caso o presidente do Fed, Jerome Powell, demonstre preocupação com a inflação, o rendimento das obrigações e os juros hipotecários tendem a subir. Se, pelo contrário, indicar confiança num abrandamento dos preços, as taxas podem descer ligeiramente.

Porque é que as prestações não acompanham sempre a política monetária

Os empréstimos à habitação refletem uma cadeia de fatores económicos. A inflação elevada leva os credores a exigir juros superiores para proteger o poder de compra dos reembolsos futuros. Já a procura por hipotecas influencia o preço do capital disponível; quando a procura é forte, as taxas sobem. Além disso, os financiamentos de longo prazo acompanham o mercado obrigacionista, em especial as obrigações do Tesouro a 10 anos: rendimentos mais altos nessas obrigações pressionam as prestações das casas.

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Imagem: cnet.com

O Fed enfrenta ainda o risco de reduzir juros demasiado cedo e reacender a inflação, cenário que, segundo Ng, «poderia fazer as prestações subirem em vez de descerem». Por outro lado, manter juros elevados demasiado tempo aumenta a probabilidade de recessão e desemprego, factores que costumam baixar as taxas hipotecárias.

Projeções para 2025

A maioria das previsões incorpora pelo menos dois cortes de 0,25 pontos percentuais até ao fim do próximo ano, mas mesmo com esse alívio, o consenso aponta para prestações acima de 6 % durante todo o período. Uma deterioração súbita do mercado de trabalho poderia acelerar os cortes e reduzir gradualmente os juros das hipotecas, mas não existe, para já, um calendário firme de descida.

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