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Escolas nos EUA reforçam transportes, refeições e mentorias para travar absentismo

O absentismo crónico — falhas iguais ou superiores a 10 % do ano letivo — aumentou 50 % nos Estados Unidos desde a pandemia. Várias escolas estão a responder com intervenções que combinam transporte, alimentação e acompanhamento individual.

Providence aposta em autocarros extra e cabazes de fim-de-semana

No Rhode Island, a Nathanael Greene Middle School reduziu o absentismo de 50 % para 25 %. O diretor W. Jackson Reilly identificou 150 alunos perto do limite e questionou as famílias sobre obstáculos à assiduidade. As respostas mais frequentes foram falta de transporte e de comida ao fim de semana.

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A escola convenceu o distrito a criar novas paragens em rotas já existentes e firmou parceria com um banco alimentar para enviar sacos de carne e massa às sextas-feiras. Cada aluno tem um adulto de referência que faz check-ins diários, atribui recompensas simbólicas e, se necessário, efetua visitas domiciliárias. A organização das turmas também mudou: grupos fixos de 26 alunos circulam juntos entre quatro professores, reduzindo a dispersão dentro do edifício.

Nova Iorque usa dados para “apanhar borboletas”

Em Nova Iorque, a rede New Visions segue uma estratégia focada nos estudantes que ainda não atingiram o estatuto de crónicos, mas estão perto — apelidados de “borboletas”. Um encontro semanal de dois a cinco minutos, onde se mostram gráficos de presenças e se fixam metas, bastou para baixar o absentismo em liceus do Bronx de 47 % (2021) para 32 % (2025). Escolas similares que não adotaram o método mantiveram 46 %.

Indianápolis atrai alunos com pequeno-almoço caseiro

Em Indiana, a charter Adelante Schools passou de 64 % para 10 % entre 2021 e 2025. Parte do êxito é atribuída a um refeitório “estilo restaurante” financiado por verbas federais, onde dias de biscoitos com molho registam as menores taxas de atrasos. Alertas automáticos ao quinto dia de falta, visitas em carrinha às famílias e um sistema de recompensas complementam a abordagem.

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Imagem: ww2.kqed.org

Kansas City e Albuquerque reforçam relações

Uma escola primária em Kansas City, Kansas, baixou o absentismo de 55 % para 38 % ao atribuir cada aluno a um adulto da equipa. Bilhetes com mensagens e pequenos doces ajudam a criar vínculo sem culpar as famílias.

Já a Alamosa Elementary, em Albuquerque, tinha sido exemplo nacional com 25 % em 2018, mas subiu para 64 % em 2021-22 e mantém 38 %. O distrito planeia integrar ações de presença com programas académicos e de saúde, mas reconhece falta de pessoal para responder ao volume de casos.

Investigadores sublinham que nenhuma solução serve para todos. Contudo, apontam a construção de relações positivas como fator comum às escolas que conseguem recuperar alunos.

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