Startup nuclear Deep Fission estreia em bolsa com fusão inversa e capta 30 milhões

A Deep Fission tornou-se esta segunda-feira numa empresa cotada após completar uma fusão inversa que lhe garantiu 30 milhões de dólares em novo capital.
Entrada em bolsa através de SPAC
A operação foi conduzida com a Surfside Acquisition Inc., uma sociedade veículo criada em 2020. As ações foram avaliadas em 3 dólares, abaixo dos 10 dólares normalmente praticados em processos semelhantes. O novo grupo manterá o nome Deep Fission e planeia registar-se no mercado OTCQB, destinado a pequenas e médias empresas norte-americanas.
Reatores compactos instalados a um quilómetro de profundidade
A tecnológica propõe construir centrais nucleares cilíndricas de 15 megawatts, arrefecidas a água pressurizada, método usado em submarinos e em muitas centrais atuais. Cada unidade será colocada em poços de 30 polegadas escavados a cerca de 1,6 quilómetros, estratégia que, segundo a empresa, pretende reduzir riscos de acidentes e de ataques externos.
Contratos e apoios já confirmados
Em fevereiro, a Deep Fission assinou um acordo com a desenvolvedora de centros de dados Endeavor para instalar até 2 gigawatts de capacidade subterrânea. Em agosto, foi selecionada para o Reactor Pilot Program do Departamento de Energia dos EUA, que acelera licenciamento de novos projetos.

Imagem: Getty via techcrunch.com
Financiamento face a desafios do setor
A empresa tentara angariar 15 milhões de dólares numa ronda seed durante a primavera, mas optou pela fusão inversa após captar apenas 4 milhões no ano passado. O encaixe atual prolonga a sustentabilidade financeira, mas implica custos acrescidos de reporte à SEC, fator relevante para uma entidade ainda de dimensão reduzida num setor com investimentos elevados.
Próximos passos
A Deep Fission planeia ligar o primeiro reator em julho de 2026. A gestão não divulgou detalhes adicionais sobre cronograma de construção nem potenciais clientes além da parceria com a Endeavor.