Atriz gerada por IA divide Hollywood e reacende debate sobre direitos de imagem

Índices
  1. Presença em festival e primeiros projetos
  2. Reação imediata de atores e sindicatos
  3. Argumentos dos criadores

Tilly Norwood foi apresentada no Festival de Cinema de Zurique como a primeira “atriz” criada integralmente por inteligência artificial. Desenvolvida pelo estúdio de talentos digitais Xicoia em parceria com a produtora Particle6, a personagem surge como possível modelo para futuras produções audiovisuais.

Presença em festival e primeiros projetos

Descrita pelos promotores como a “próxima Scarlett Johansson”, Tilly já conta com agência de representação e negocia participações em novos projectos, embora o seu currículo se limite, por agora, ao esquete de comédia AI Commissioner, totalmente gerado por IA. Na página oficial, a personagem afirma sentir “emoções muito reais” e mostra-se entusiasmada com a carreira que se avizinha.

strategia concuros

Reação imediata de atores e sindicatos

A apresentação desencadeou críticas de vários profissionais de Hollywood. Melissa Barrera, conhecida por Pânico, publicou que espera que “todos os actores representados pelo agente envolvido se lixem”, enquanto Mara Wilson, de Matilda, questionou a inexistência de oportunidades para as centenas de actrizes reais cujos rostos poderão ter sido usados no treino do modelo.

O sindicato SAG-AFTRA classificou Tilly como resultado de “atuações roubadas”, sublinhando que a criatividade deve permanecer centrada em seres humanos. A organização considerou inaceitável a utilização de trabalho artístico sem autorização ou compensação.

Argumentos dos criadores

Eline Van Der Velden, directora-executiva da Particle6, defendeu que a iniciativa é apenas “mais uma ferramenta narrativa”, comparável à animação, ao CGI ou ao teatro de marionetas. A responsável afirmou que dar vida a Tilly exigiu “tempo, perícia e iteração”, rejeitando a ideia de substituição directa de intérpretes humanos.

O caso de Tilly Norwood reaviva o debate sobre direitos de imagem, remuneração e limites éticos na aplicação de inteligência artificial à representação, num momento em que a indústria audiovisual discute novas formas de protecção laboral para actores e criativos.

Postagens Relacionadas

Go up