Administração Trump quer cancelar biliões em subsídios a GM, Ford e startups

O Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE) pretende anular um conjunto adicional de subsídios federais que ultrapassa 7,5 mil milhões de dólares, avançou um documento interno analisado pela imprensa. Se a proposta avançar, construtores como Ford, General Motors (GM) e Stellantis, bem como várias dezenas de startups, perderão verbas já atribuídas ao abrigo da Lei Bipartidária de Infra-estruturas.
Cortes superam 500 milhões para novas empresas
O plano prevê revogar mais de 500 milhões de dólares distribuídos por uma dúzia de empresas emergentes. Entre os casos de maior montante está a Brimstone, que arrisca perder 189 milhões destinados a construir uma fábrica de cimento com menor pegada de carbono, e a Anovion, que poderia ficar sem mais de 100 milhões consignados à produção de grafite sintética para baterias de iões de lítio.
Outras empresas em risco incluem a Li Industries, com 55,2 milhões para reciclagem de baterias LFP, a Sublime Systems (86,9 milhões) para cimento de baixo carbono e a Furno, que veria cancelados 20 milhões destinados a um forno modular de demonstração em Chicago. Também projetos de isolamento (CleanFiber e Hempitecture), bombas de calor industriais (Skyven Technologies) e janelas de elevada eficiência (Luxwall) constam da lista.
Grandes construtores automóveis igualmente afetados
Os cortes não se limitam às startups. A GM poderá perder pelo menos 500 milhões de dólares do programa Domestic Manufacturing Conversion Grant, verba que serviria para adaptar a fábrica de Lansing Grand River, no Michigan, à produção de veículos eletrificados, incluindo híbridos, anunciada em julho de 2024. Ford, Daimler Trucks North America, Harley-Davidson, Mercedes-Benz Vans, Stellantis e Volvo Technology of America surgem igualmente entre as entidades com subsídios em risco, todos na ordem das centenas de milhões.

Imagem: Getty
Impacto na transição energética
A lista inclui ainda um corte de 28,2 milhões à TS Conductor, empresa que desenvolve cabos de alta capacidade capazes de duplicar ou triplicar o fluxo em linhas elétricas existentes — tecnologia apontada como vital para reduzir estrangulamentos na rede e agilizar o fornecimento a centros de dados. Especialistas defendem que a medida contraria objetivos anunciados de modernização da infraestrutura energética e liderança em inteligência artificial.
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