Noticias

Proibição de telemóveis nas escolas do Rio impulsiona notas de matemática em 25%

A decisão da Câmara Municipal do Rio de Janeiro de banir o uso de telemóveis nas salas de aula, aplicada no início do ano letivo de 2024, está a traduzir-se em ganhos académicos mensuráveis. Dados da Secretaria Municipal de Educação indicam aumentos de 25,7 % em matemática e 13,5 % em português no ensino fundamental.

Resultados medidos por investigador de Stanford

Os números foram validados por um investigador da Universidade de Stanford, que utilizou métodos estatísticos para isolar variáveis externas e quantificar o efeito direto da proibição. A análise partiu de avaliações periódicas realizadas pela rede municipal e foi complementada por inquéritos a mais de 900 diretores, cerca de 90 % do total.

strategia concuros

Segundo o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, o impacto tornou-se progressivamente mais forte ao longo do ano: “Em matemática, equivale a um bimestre adicional de aprendizagem no mesmo período”.

Rotina escolar remodelada

No Ginásio Educacional Olímpico Reverendo Martin Luther King, na Praça da Bandeira, alunos e docentes relatam mudanças rápidas. Inicialmente, cada turma guardava os aparelhos em caixas; hoje a maioria prefere não os levar. Durante os intervalos, brincadeiras e conversas substituíram o uso de ecrãs, e nos treinos desportivos o rendimento aumentou.

Estudantes confirmam a evolução. Tauana Vitória, 15 anos, afirma ter passado de distrair-se “o dia inteiro” no telemóvel para ver as notas “subirem sobretudo em matemática”. Já Sophia Magalhães, da mesma idade, trocou vídeos por xadrez e conquistou o título estadual da modalidade.

Proibição de telemóveis nas escolas do Rio impulsiona notas de matemática em 25% - Imagem do artigo original

Imagem: Tomaz Silva via agenciabrasil.ebc.com.br

Professores observam menor distração e envolvimento mais ativo. O docente de História Aluísio Barreto refere que, antes da regra, “mesmo os bons alunos eram capturados pelo telemóvel”; poucas semanas após a implementação, voltou a ser “o emissor principal da informação em sala”.

Colaboração das famílias e próximos passos

A diretora Joana Posidônio destaca o apoio quase unânime dos encarregados de educação como decisivo para conter a resistência inicial dos alunos. Ferreirinha acrescenta que o ambiente tornou-se “mais acolhedor”, com diminuição de casos de bullying e cyberbullying. Para o secretário, os resultados mostram que políticas públicas podem ajudar as famílias a gerir o tempo de ecrã e antecipa novas iniciativas, como restringir o acesso a redes sociais a menores de 16 anos.

Botão Voltar ao topo