Relatório nacional dos EUA revela novas quedas em ciência, matemática e leitura
A National Assessment of Educational Progress (NAEP), conhecida como “boletim da nação” nos Estados Unidos, divulgou os primeiros resultados pós-pandemia e registou descidas significativas nas notas de ciência, matemática e leitura.
Quebras abrangem 8.º e 12.º anos
Os testes, aplicados entre janeiro e março de 2024, mostram que os alunos do 8.º ano perderam em média 4 pontos em ciência face a 2019. No 12.º ano, as notas baixaram 3 pontos em matemática e leitura no mesmo período. A comparação com avaliações anteriores evidencia um declínio prolongado: na leitura, a média dos finalistas do secundário encontra-se agora 10 pontos abaixo da registada em 1992, primeira edição desta prova.
A descida afetou todo o espectro de desempenho, atingindo tanto estudantes de baixo como de alto rendimento. Entre os finalistas, quase um terço afirmou ter faltado três ou mais dias no mês anterior ao exame, número superior ao observado antes da pandemia. Nos inquéritos de acompanhamento, menos alunos do 8.º ano declararam níveis elevados de confiança nas suas competências científicas.
Cortes federais condicionam avaliações
Este é o primeiro relatório publicado desde que o Departamento de Educação norte-americano reduziu para metade o pessoal do Institute of Education Sciences, entidade responsável pela recolha e tratamento dos dados da NAEP. Após os cortes, cerca de uma dúzia de avaliações nacionais e estaduais até 2032 foi cancelada, sobretudo para o 12.º ano.
Imagem: ww2.kqed.org
Fontes do National Center for Education Statistics confirmaram que apenas dois quadros seniores continuam dedicados à NAEP e que foi necessário recorrer a apoio de outros serviços para concluir a análise de 2024. Para cumprir as obrigações legais de 2026 e 2028, a secretária da Educação autorizou a contratação de pelo menos oito novos colaboradores até ao final deste ano.
Função de “placard” nacional mantém-se
A NAEP é mandatada pelo Congresso e permanece o maior teste representativo do país, servindo de indicador global das aprendizagens sem definir programas ou metodologias de ensino. Especialistas salientam que as oscilações verificadas atravessam várias administrações e requerem resposta coordenada de estados e distritos escolares.
