Relatório federal mostra queda nos pensamentos suicidas dos adolescentes nos EUA
Um relatório do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, baseado na National Survey on Drug Use and Health, indica uma diminuição nos indicadores de ideação e comportamentos suicidas entre jovens de 12 a 17 anos entre 2021 e 2024.
Principais números revelados
De acordo com a análise, a percentagem de adolescentes que relataram pensamentos suicidas graves desceu de quase 13 % em 2021 para 10 % em 2024. No mesmo intervalo, a proporção de tentativas de suicídio passou de 3,6 % para 2,7 %. A prevalência de episódios de depressão maior no último ano também caiu, de 21 % para 15 %, embora apenas cerca de 60 % dos jovens com depressão tenham recebido tratamento.
Possíveis factores e iniciativas
Especialistas citados no documento referem que mais adolescentes estão a procurar ajuda e a participar em programas de prevenção, como o Talk Saves Lives, centrado na identificação de sinais de risco e no incentivo à partilha das dificuldades. Estes esforços poderão estar a contribuir para a tendência descendente, ainda que o relatório não aprofunde as causas subjacentes.
Adultos e lacunas de informação
Entre os adultos, os níveis de pensamentos e tentativas suicidas mantiveram-se estáveis no período analisado, apesar de um ligeiro aumento no acesso a cuidados de saúde mental. Quase metade continua a relatar obstáculos ao tratamento, seja por custos, escassez de profissionais ou falta de apoio culturalmente adequado.
Imagem: ww2.kqed.org
Limitações apontadas
O documento deste ano não inclui a habitual desagregação por raça ou etnia, o que, segundo investigadores, dificulta o acompanhamento de tendências específicas, como a subida verificada em anos recentes entre jovens negros. O departamento federal promete publicar esses dados num relatório separado.
Contexto geral
Apesar da evolução positiva nos adolescentes, o suicídio permanece entre as principais causas de morte nos Estados Unidos, com mais de 49 000 óbitos registados em 2023. As organizações de saúde mental salientam que, embora o investimento em prevenção esteja a aumentar, a procura continua a superar a oferta de serviços especializados.
