Asteroide 16 Psyche reúne metais que valem mais do que o PIB mundial

Localizado entre Marte e Júpiter, o asteroide 16 Psyche intriga a comunidade científica pela elevada concentração de metais raros e pelo potencial de revelar como se formam os núcleos planetários.
Composição metálica sem precedentes
Observações de telescópios indicam que cerca de 60 % da massa do 16 Psyche é constituída por ferro e níquel, com possíveis vestígios de ouro e platina. Com 280 quilómetros de diâmetro, o corpo celeste descoberto em 1852 é um dos maiores do cinturão de asteroides principal. A refletividade e a densidade medidas sugerem tratar-se do remanescente exposto de um núcleo planetário que nunca chegou a completar-se, presumivelmente destruído por colisões há milhares de milhões de anos.
Estudos preliminares estimam que o valor teórico dos metais presentes ultrapassa o produto interno bruto global. Apesar das cifras astronómicas, transportar essa matéria-prima para a Terra é impraticável com a tecnologia actual e, segundo economistas, a sua introdução no mercado teria impacto dramático nos preços dos metais.
Análises mais recentes apontam ainda sinais de oxidação na superfície, indício de que o asteroide pode estar a «enferrujar» devido à exposição prolongada ao vento solar.
Missão da NASA irá aprofundar o estudo
Para compreender a estrutura do 16 Psyche, a NASA lançou em Outubro de 2023 a missão homónima. A sonda, equipada com propulsão eléctrica solar e sistema de comunicação por laser, deverá chegar ao destino em Agosto de 2029. Durante 26 meses, irá orbitar o asteroide, mapeando a composição, a topografia e o campo magnético.

Imagem: uol.com.br
Os dados recolhidos poderão oferecer pistas sobre a formação dos planetas rochosos, incluindo a Terra, cujo núcleo permanece inacessível. Ao estudar um possível núcleo exposto, os cientistas esperam obter informações inéditas sobre processos de diferenciação interna que ocorreram nos primórdios do Sistema Solar.
O 16 Psyche surge, assim, como um laboratório natural que combina interesse científico e valor económico, mantendo-se no centro das atenções até à chegada da missão em 2029.