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Engolir pastilha elástica faz mesmo mal? Ciência explica o que acontece no corpo

Engolir uma pastilha elástica continua a suscitar dúvidas, sobretudo a ideia de que o produto poderia permanecer anos no organismo ou provocar obstruções graves. A evidência científica disponível desmonta esses mitos, mas também aponta situações em que o hábito pode, de facto, representar risco.

Quanto tempo fica no sistema digestivo

Uma refeição comum necessita de duas a três horas para chegar ao intestino grosso. A pastilha percorre o mesmo trajeto, ainda que parcialmente intacta. Açúcar, corantes e aromatizantes são digeridos; já a goma-base, feita atualmente de resinas e parafinas derivadas do petróleo, resiste às enzimas e aos ácidos gástricos. Depois de atravessar o estômago, a pastilha é eliminada com as fezes, sem se fixar às paredes intestinais nem permanecer durante «sete anos», como dita a lenda.

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Quando pode representar perigo

Apesar de inofensiva na maioria dos casos, a ingestão repetida e excessiva foi associada a episódios de obstrução intestinal em crianças. Um estudo publicado em 1998 na revista Pediatrics descreveu três situações: um menino de quatro anos que engolia até sete pastilhas por dia e duas outras crianças, de quatro anos e de 18 meses, que apresentaram bloqueios provocados pela massa de goma acumulada.

Em adultos saudáveis, engolir ocasionalmente não costuma causar complicações. Ainda assim, o ato de mastigar durante longos períodos estimula a produção de saliva e de ácido gástrico, podendo agravar sintomas de gastrite. Além disso, a mastigação favorece a entrada de ar no estômago e o consumo de adoçantes artificiais presentes em algumas formulas, fatores que contribuem para gases e distensão abdominal.

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Imagem: uol.com.br

Curiosidades sobre a pastilha elástica

Não adere aos dentes porque necessita de uma superfície porosa, ao contrário do esmalte liso e constantemente humedecido pela saliva. Promove relaxamento graças ao movimento rítmico da mandíbula, razão pela qual foi distribuída a soldados norte-americanos desde a Primeira Guerra Mundial. Pode provocar aerofagia; ao mastigar, engole-se mais ar, fenómeno potenciado por determinados adoçantes.

Conclusão: engolir uma pastilha esporadicamente não representa perigo para a maioria das pessoas. O alerta mantém-se para ingestões frequentes ou compulsivas, sobretudo em crianças, onde o risco de bloqueio intestinal está documentado.

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