Departamento de Energia dos EUA cancela 7,5 mil milhões em projetos de energia limpa

O Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE) anulou 321 prémios de financiamento, no valor total de 7,56 mil milhões de dólares, destinados maioritariamente a iniciativas de energia limpa.

Cortes atingem sobretudo estados democratas

De acordo com listas obtidas por órgãos de comunicação norte-americanos, a maioria dos projetos cancelados localizava-se em estados que nas últimas presidenciais votaram na então candidata Kamala Harris. Ainda assim, também foram afetadas propostas em territórios favoráveis a Donald Trump.

Entre os programas cancelados encontra-se um investimento de 1,2 mil milhões de dólares para o hub de hidrogénio californiano Alliance for Renewable Clean Hydrogen Energy Systems. Propostas semelhantes no Texas e na Louisiana também foram interrompidas.

Projetos de captura de carbono e hidrogénio ficam em suspenso

Pelo menos dez iniciativas de captura direta de carbono (DAC), avaliadas em 47,3 milhões de dólares, foram eliminadas. Projetos deste tipo no Alasca, Kentucky, Louisiana e Dacota do Norte continuam, porém, em vigor.

Os estados de Colorado, Connecticut, Delaware, Flórida, Havai, Illinois, Iowa, Maryland, Massachusetts, Minnesota, New Hampshire, Nova Jérsia, Novo México, Nova Iorque, Oregon, Tennessee, Vermont e Washington também constam da lista de cortes.

Processo de recurso e contexto político

Os beneficiários dispõem de 30 dias para recorrer da decisão. O DOE justifica a anulação alegando revisão contratual, sublinhando que 26 % dos prémios foram atribuídos entre o Dia das Eleições e a tomada de posse presidencial.

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Esta é a segunda grande ronda de cancelamentos sob a atual administração: em maio, o departamento já tinha retirado 3,7 mil milhões de dólares a projetos nos setores da metalurgia, cimento, energia e química.

A estratégia tem motivado processos judiciais de várias empresas e entidades, que contestam a suspensão do financiamento. Decisões anteriores em tribunais federais têm alternado entre dar razão ao governo e aos recorrentes.

Com este novo corte, permanecem em aberto dúvidas sobre o futuro de parte substancial dos investimentos federais em tecnologias de transição energética nos Estados Unidos.