Etanol hospitalar bloqueia efeitos do metanol e reduz danos aos órgãos

Bebidas adulteradas com metanol continuam a causar intoxicações graves. Em ambiente hospitalar, o etanol é utilizado como antídoto sempre que o fomepizol, medicamento de referência, não está disponível.
Como o etanol actua no organismo
O metanol é metabolizado no fígado, originando formaldeído e ácido fórmico, compostos responsáveis por lesões neurológicas, cegueira e, em casos extremos, morte. A administração controlada de etanol compete com o metanol pelo mesmo conjunto de enzimas hepáticas. Ao “ocupar” estas enzimas, o etanol retarda a produção dos metabolitos tóxicos, permitindo que o metanol seja eliminado sem se transformar em substâncias mais perigosas.
Segundo especialistas em toxicologia clínica, o procedimento pode ser realizado por via intravenosa ou através de sonda nasogástrica, sempre sob monitorização hospitalar. A hemodiálise é frequentemente associada para acelerar a remoção do metanol e dos seus metabolitos.
Alternativas, disponibilidade e riscos
O fomepizol, inibidor directo da enzima responsável pela metabolização do metanol, é considerado mais simples de aplicar. No entanto, a ausência deste medicamento em vários hospitais obriga à utilização de etanol de grau farmacêutico. Quando o álcool absoluto não está acessível, bebidas de elevada pureza, como a vodca, podem ser usadas como fonte de etanol, desde que diluídas e administradas em condições controladas.

Imagem: Internet
Os especialistas alertam para o risco de automedicação. A ingestão de bebidas alcoólicas fora do ambiente hospitalar não impede nem reverte a intoxicação e pode atrasar a procura de auxílio médico. Qualquer suspeita de envenenamento por metanol exige avaliação imediata, exames laboratoriais e acompanhamento intensivo.
Importância do diagnóstico rápido
O sucesso do tratamento depende do tempo decorrido entre a ingestão e a intervenção médica. A identificação precoce dos sintomas — dor de cabeça, tonturas, visão turva e náuseas — é determinante para reduzir lesões permanentes. Profissionais de saúde reforçam que o acesso regular ao fomepizol deveria ser prioritário, mas realçam que o protocolo com etanol permanece eficaz quando aplicado correctamente.
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